Análise do idealista mostra os efeitos da pandemia na procura e no stock do mercado residencial, em todo o país.

O mercado imobiliário, à semelhança de muitos outros setores económicos, está a sentir os efeitos da Covid-19. Mas afinal como se estão a comportar a oferta e a procura de casas para comprar em Portugal com a pandemia? No ano passado, a procura por imóveis residenciais registou uma subida média de 62,3% e o stock apresentou um pequeno crescimento de 13,6% a nível nacional, de acordo com os dados recolhidos pelo idealista, analisando a variação entre janeiro e dezembro de 2020.

Durante o ano de 2020, Castelo Branco (distrito e cidade) destaca-se por ser a única região onde o interesse duplicou em 12 meses.

Distritos vistos à lupa

No que diz respeito aos distritos, apresentamos o top cinco onde a variação da procura é superior à média nacional. Castelo Branco (106,3%), Braga (85,7%), Porto (83,3%), Guarda (69,3%) e Lisboa (69,0%) fixaram-se acima da procura média nacional de 62,3%.

A variação na procura é mais baixa nos distritos de Faro (36,7%), Coimbra (35,9%), Ilha da Madeira (31,1%), Vila Real (24,9%) e Viseu (23,6%) que ficam abaixo dos 40%. O distrito de Bragança, é a região que apresenta a mais baixa variação na procura (3,4%).

Distrito Variação da procura  Variação de stock
Aveiro 57,2% 10,4%
Beja 54,2% -4,2%
Braga 85,7% 23,6%
Bragança 3,4% 12,1%
Castelo Branco 106,3% 8,8%
Coimbra 35,9% 1,3%
Évora 49,5% -0,3%
Faro 36,7% 13,3%
Guarda 69,3% -18,4%
Leiria 45,2% -5,2%
Lisboa 69,0% 15,0%
Portalegre 40,5% -9,9%
Porto 83,3% 20,6%
Santarém 51,3% -3,1%
Setúbal 48,6% 17,8%
Viana do Castelo 57,1% 28,4%
Vila Real 24,9% 14,3%
Viseu 23,6% 8,0%
Madeira (Ilha) 31,1% 20,1%

Quanto aos imóveis em oferta no mercado – o chamado ‘stock’ – durante este ano marcado pela pandemia, o distrito de Viana do Castelo é o que apresenta uma maior variação (28,4%). Seguem-se Braga (23,6%), Porto (20,6%) e Ilha da Madeira (20,1%), que ficam acima dos 20%.

Pelo contrário, houve seis distritos que viram o seu ‘stock’ de imóveis para venda cair durante o último ano, nomeadamente a Guarda (-18,4%), Portalegre (-9,9%), Leiria (-5,2%), Beja (-4,2%), Santarém (-3,1%) e Évora (-0,3%).

Comportamento das cidades

Analisando a variação da procura por cidade, destaque para Castelo Branco, que conforme referido anteriormente, é a única cidade onde a procura duplicou (118,7%). Seguem-se na listagem as cidades do Porto (87,6%), Lisboa (78,6%), Faro (73,9%), Braga (72,2%) e Leiria (71,8%). Todas apresentam um aumento da procura por imóveis residenciais acima dos 70%.

No que respeita à procura, pode conclui-se que foi inferior a 40%, neste último ano, nas cidades de Santarém (37,4%), Vila Real (35,8%), Beja (28%), Funchal (27,9%), Viseu (26,3%), Bragança (25,7%) e evidencia-se a cidade de Guarda, por ser a única localização onde a procura diminuiu (-16,4%), de janeiro para dezembro.

Cidade Variação da procura  Variação de stock
Aveiro 66,1% 36,9%
Beja 28,0% -21,4%
Braga 72,2% 16,0%
Bragança 25,7% 10,3%
Castelo Branco 118,7% 12,2%
Coimbra 41,6% 4,1%
Évora 66,0% -0,7%
Faro 73,9% 14,4%
Guarda -16,4% -45,6%
Leiria 71,8% 8,6%
Lisboa 78,6% 21,0%
Portalegre 60,7% -26,9%
Porto 87,6% 33,0%
Santarém 37,4% -14,9%
Setúbal 47,9% 11,3%
Viana do Castelo 66,2% 33,9%
Vila Real 35,8% 22,9%
Viseu 26,3% 11,1%
Funchal 27,9% 27,0%

Esta cidade realça-se ainda por ser a localidade onde o ‘stock’ teve a queda mais acentuada (-45,6%). As cidades de Portalegre (-26,9%), Beja (-21,4%), Santarém (-14,9%) e Évora (-0,7%)  apresentam também uma redução dos imóveis em oferta no mercado residencial de venda.

A variação na oferta é mais elevada nas cidades de Aveiro (36,9%), Viana do Castelo (33,9%), Porto (33%), Funchal (27%), Vila Real (22,9%) e Lisboa (21%).

Teletrabalho impacta mercado residencial

“Observam-se várias cidades fora da capital com aumentos significativos da procura por imóveis residenciais para venda. Considera-se que o teletrabalho obrigou as pessoas a ponderar as suas escolhas, de modo a ter mais qualidade de vida, com casas maiores e espaços de lazer, nomeadamente jardins”, analisa a equipa do idealista/data em Portugal, frisando que “as cidades ou distritos com maior variação de procura, não significa diretamente que apresentem o maior ou menor quantidade de ‘stock'”.

Exemplo disto mesmo é o caso de Castelo Branco (distrito) com variação de 106,3% na procura e uma oscilação de ‘stock’ acumulado de 8,8%; já no Porto (distrito) verificou-se uma variação de 85,7% na procura e de 23,6% na oferta.

Para a realização deste estudo foi analisada a variação no nível de procura, calculado através de contactos efetivos aos anúncios publicados, e número de imóveis em oferta no mercado residencial de venda, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2020.

Fonte: https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2021/02/11/46236-onde-mais-se-esta-a-procurar-casa-para-comprar-e-onde-ha-mais-imoveis-residenciais-a