Com uma procura superior à oferta disponível, o mercado das residências seniores em Portugal começa a ganhar força e a despertar a atenção dos investidores privados.
A população sénior portuguesa representa uma porção crescente da população. Stella Bettencourt da Câmara, professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, sublinhou, no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, que esta porção retrata pessoas que vivem mais anos e procuram viver esses anos com melhor qualidade, exigindo, desde logo, uma resposta ao nível da habitação.
Com efeito, em Portugal, os denominados lares para a terceira idade continuam a dominar o mercado, quando comparado com a oferta existente de senior living. No entanto, esta parece uma realidade em mudança com a entrada no mercado de operadores privados, altamente especializados e que querem expandir a sua atividade a nível internacional e conquistar quota de mercado.
Na opinião de Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, que falava durante a apresentação do estudo “Portuguese Senior living Market”, as residências seniores em Portugal deverão aumentar bastante enquanto alvo de investimento nos próximos anos.
No que toca aos investimentos, no primeiro semestre deste ano, entre produto concluído e novos projetos, foram alocados 65,5 milhões de euros a este segmento. Conforme os números apresentados pela JLL, desde 2018 foram investidos 185 milhões de euros neste tipo de ativos no nosso país, dos quais 63% foram direcionados para a aquisição de imóveis já em operação e outros 37% em projetos em desenvolvimento.
Quanto à distribuição geográfica, Joana Fonseca destacou que o distrito de Lisboa recebeu a esmagadora fatia deste investimento, cerca de 67%, seguido pelos distritos de Faro e do Porto.
Investidores privados apostam no senior living e antecipam crescimento do mercado
O forte desequilíbrio entre oferta existente e a procura, em contínuo crescimento, não passa despercebido aos investidores privados que reconhecem que existe muito potencial neste mercado, destacou António Rodrigues da Silva, CEO do Grupo BF. Acrescentou ainda que a par da procura crescente, nacional e internacional há, do lado da oferta, um mercado fragmentado e pouco profissional. Já o senior living tem bastante potencial e há até uma cerca pressão internacional para a aquisição de ativos em Portugal.
Na mesma linha também o Grupo Orpea reafirma a aposta no mercado nacional e assume que o seu intuito é possuir mais 3 300 camas nos próximos anos, realçou Rita Fortuna, Responsável de Desenvolvimento da Orpea.
Uma oferta que se deseja variada, com vários formatos, preparada para responder a todas as necessidades da procura. Hugo Gonçalves Pereira, Board Member da Uhub sublinhou também que Senior resorts, senior villages, residências seniores são todos formatos válidos e interessantes consoante a localização geográfica e que vão permitir responder aos vários públicos e diferentes necessidades.
Fonte: https://supercasa.pt/residencias-seniores-no-radar-dos-investidores/n594