Devido à actual crise pandémica, o mercado de escritórios da região do Grande Porto fechou o ano de 2020 com um total de área contratada equivalente a 53.856m², o que representa uma redução de 17% (11.125 m²) comparativamente à área contratualizada no período homólogo em 2019 (64.981 m²).
De acordo com a consultora imobiliária Predibisa, apesar da redução da área contratada, registou-se um aumento da superfície média contratada por transacção, mesmo com os resultados menos positivos registados no segundo e terceiro trimestre de 2020, decorrentes das medidas de confinamento obrigatório impostas em Portugal.
A cidade do Porto e nomeadamente a zona do “Central Business District” da Boavista é a responsável pelo maior número de operações registadas (16 no total) na área total de escritórios do Grande Porto (13.638m²), seguindo-se o “Central Business District – CBD da Baixa” com 9.576m²; a zona Oriental com 8.602m²; Paranhos com 7.846m² e a “ZEP (zona empresarial do porto)” com um total de 512m².
Ainda na região do Grande Porto, mas fora do centro da cidade, é na zona de Matosinhos, que se verificou o maior número de operações realizadas (11 no total, igual a uma área de 8.185m²); seguindo-se Vila Nova de Gaia com 3.933m² e cinco operações, e por último a Maia com apenas uma operação e 1.564m² colocados.
O estatuto de elevada atractividade que a cidade do Porto tem presentemente nos mercados externos potencia a
captação de investimentos estrangeiros para a região. Assim, a dinâmica actual do mercado escritórios é sustentada pelo surgimento de novos projectos, que trazem modernidade e uma qualidade superior à oferta existente e que vai de encontro às necessidades das empresas actuais com a rápida ocupação dos novos edifícios.
Entre os principais fatores de procura dos novos espaços de escritórios na região está sobretudo a necessidade de
expansão de área (cerca de 56% das empresas); a mudança de instalações (31%) e a instalação de novas empresas na cidade do Porto (13%), que cresceu aproximadamente 40% comparativamente a 2019.
Ainda ao nível da procura e número de operações, o sector das “TMT’s & Utilities” foi o mais activo ao longo do último
ano, responsável pela maior taxa de ocupação (27%) com um total de 13 operações registadas. O sector “Serviços Empresas” com 24% (sete operações realizadas); os “Outros Serviços” com 17% (10 operações realizadas) e
as empresas ligadas aos “Serviços Financeiros” com 13%. De salientar que estes quatro sectores são responsáveis por mais de 80% da área total contratada durante o ano de 2020.
João Leite Castro, director do departamento “corporate” da Predibisa, refere que fecharam “o último ano com um
crescimento de 11% de área colocada de escritórios, face ao período homólogo, ou seja, fomos responsáveis pela colocação de cerca de 23.091m2 da área total contratada. A excelente performance no 1º trimestre de 2020 foi balanceada com a redução substancial verificada durante o 2º e 3º trimestre, mas no 4.º trimestre assistimos a uma retoma ao nível da procura, entre o período de Setembro a Dezembro.
Apesar da transformação digital e do teletrabalho, as empresas continuam a procurar novos espaços (com zonas de lazer para reforçar a interação social e o espírito de equipa) para que os colaboradores regressem ao espaço de escritório no curto prazo, acreditando que este é o local de desenvolvimento da empresa, ainda que adaptado à realidade.
No entanto, neste início de 2021, com o novo período de confinamento geral, voltamos a sentir o adiamento na tomada de decisões. Contudo, com o programa de vacinação em curso, acreditamos que haverá mais confiança para as empresas retomarem e concretizarem os seus projetos no 2.º trimestre de 2021“, conclui.
A consultora indica que terminou 2020 com uma performance positiva, destacando-se enquanto líder na colocação de
escritórios no Grande Porto, contratualizando mais 11% de área de escritórios, face a 2019 e comparativamente a todos os “players” que operam na região, com 23.091m² de área total colocada (cerca de 43% da área total contratada no ano).
fonte: https://www.diarioimobiliario.pt/Actualidade/Escritorios/Mercado-de-escritorios-do-Porto-termina-com-uma-queda-de-17